Fala Pessoal!!
Esta letra abaixo na verdade é um rap e foi composto pelo Fábio Azeredo, um parceiro que conheci neste fantástico mundo do samba, que a cada dia nos surpreende, com a quantidade de talentos que andam escondidos por ai.
Reparem na escrita intrigante e no convite que nos é feito para adentrar ao mundo da leitura.
Valeu Fábio!!
LEIO (Fábio Azeredo)
Do conhecimento Provo não me Privo
Me torno mais Livre a cada Livro
Me livro do pensamento mais fútil
Da cultura inútil que vaza pelo crivo
Das três peneiras e envenena a mente
Nos prendendo as correntes da ignorância eterna
Desse falso mundo de mentira e ilusão
Como descrevia Platão no “mito da caverna”
Leio, porém não freio minhas idéias
O verso é meu meio de criar epopéias
Como o poeta concretista já descreve
“Arte longa vida breve”, “escravo se não escreve”
Aquele que não se atreve, jamais progride
Poesia ousada que agrada e agride
Duvide busque o caminho por si próprio
Na visão aumentada como de um telescópio
Não é ópio, nem utopia ou devaneio
É real conhecimento e é por isso que eu leio
Não me sacio, por mais anseio, textos saboreio
Conheço novos mundos pelos quais vagueio
Leio, do verso épico ao lírico
Do conhecimento abstrato ao empírico
Busco o novo em meio à névoa da banalidade
Tenho a meu favor a curiosidade
Na poesia encontro idéias novas,
Das trevas ás trovas, antes preso hoje prosas
Leio, para não ficar alheio ao mundo que nos rodeia
para não cair na teia da retórica,
Herança histórica, muito usada hoje em dia,
Por quem detém o poder nessa desleal democracia,
Por discordar desde estado é que eu estudo
Por discordar deste modo é que eu mudo
Usando o conteúdo como arma e escudo
O conhecimento sendo a chave de tudo
Não me iludo com coisas que por ai escuto
Não me engano com embalagem do produto
Desfruto do fruto que agora semeio,
Pois, cada rima que faço é mais um livro que leio
Tiago Trindade