segunda-feira, 13 de julho de 2009

Leia, imagine,pense,sinta...






Tudo é prosa!
as nuvens
o sol
o arco-íris
as estrelas
a noite
o amor
o futebol
o coração
a saudade
a distância
a solidão
a paixão
a loucura
o filho
a música
o trabalho
a família
o infinito
o mar
os amigos
a mulher
a intimidade
o segredo
a madrugada
uma década
um século
a escravidão
o samba
seu país
sua cidade
o desejo
o lazer
a humanidade
os carentes
um dia
o silêncio
a religião
uma inspiração
um ídolo
um acorde
um abraço
um beijo
um livro
um sonho
uma poesia
um filme
o conforto
o prazer


Carlos Ferreira


quarta-feira, 1 de julho de 2009

PEDRO PEDREIRO

Com esta vida corrida que levamos,com esta louca rotina, às vezes nem paramos pra pensar o porque de tanta pressa, aonde queremos chegar com tanta aflição, pra que tanta ambição?
Às vezes somos felizes apenas com o que temos e não sei por que razão queremos sempre mais e mais.
Esta letra do Chico Buarque traduz um pouco a sangria desatada que vivemos atualmente. A música foi composta em 1965.

Pedro Pedreiro (Chico Buarque de Holanda)

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa
E a gente vai ficanto pra trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Desde o ano passado
Para o mês que vem
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal
Todo mês
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Para o mês que vem
Esperando a festa
Esperando a sorte
E a mulher de Pedro
Está esperando um filho
Pra esperar também
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro esta esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro norte
Pedro nã sabe mas talvez no fundo
Espera alguma coisa coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar
Mas pra que sonhar
Se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais
Sem ficar esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento para o mês que vem
Esperando um filho pra esperar também,
Esperando a festa
Esperando a sorte
Esperando a morte
Esperando o norte
Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando enfim nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita
Do apito do trem
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Que já vem, que já vem, que já vem...

Tiago Trindade

LEIO

Fala Pessoal!!
Esta letra abaixo na verdade é um rap e foi composto pelo Fábio Azeredo, um parceiro que conheci neste fantástico mundo do samba, que a cada dia nos surpreende, com a quantidade de talentos que andam escondidos por ai.
Reparem na escrita intrigante e no convite que nos é feito para adentrar ao mundo da leitura.

Valeu Fábio!!

LEIO (Fábio Azeredo)

Do conhecimento Provo não me Privo
Me torno mais Livre a cada Livro
Me livro do pensamento mais fútil
Da cultura inútil que vaza pelo crivo
Das três peneiras e envenena a mente
Nos prendendo as correntes da ignorância eterna
Desse falso mundo de mentira e ilusão
Como descrevia Platão no “mito da caverna”
Leio, porém não freio minhas idéias
O verso é meu meio de criar epopéias
Como o poeta concretista já descreve
“Arte longa vida breve”, “escravo se não escreve”
Aquele que não se atreve, jamais progride
Poesia ousada que agrada e agride
Duvide busque o caminho por si próprio
Na visão aumentada como de um telescópio
Não é ópio, nem utopia ou devaneio
É real conhecimento e é por isso que eu leio

Não me sacio, por mais anseio, textos saboreio
Conheço novos mundos pelos quais vagueio
Leio, do verso épico ao lírico
Do conhecimento abstrato ao empírico
Busco o novo em meio à névoa da banalidade
Tenho a meu favor a curiosidade
Na poesia encontro idéias novas,
Das trevas ás trovas, antes preso hoje prosas
Leio, para não ficar alheio ao mundo que nos rodeia
para não cair na teia da retórica,
Herança histórica, muito usada hoje em dia,
Por quem detém o poder nessa desleal democracia,
Por discordar desde estado é que eu estudo
Por discordar deste modo é que eu mudo
Usando o conteúdo como arma e escudo
O conhecimento sendo a chave de tudo
Não me iludo com coisas que por ai escuto
Não me engano com embalagem do produto
Desfruto do fruto que agora semeio,
Pois, cada rima que faço é mais um livro que leio

Tiago Trindade