E no século 19, na Bahia surgi
Cheguei ao Rio e raiz criei
E com batuques e melodias me formei
Pouco tempo
depois de nascido
Por ser
ligado à cultura negra fui perseguidoVencida a batalha da discriminação
No rádio tive o momento de ascensão
Tornando-me em seguida produto de exportação
Fui esquecido
com a chegada da música americana
Fica o povo
lutador, parte a elite bacanaResisto bravamente com meu povo
Levando a cada esquina o batuque de novo
Relembro os
pagodes na Tia Ciata
De onde
extraíram minha nataDe onde pelo telefone Donga gravou
De onde Pixinguinha pela flauta chorou
De onde João da Baiana o prato tocou
Fiz minha história
no morro e no asfalto
Sou
gafieira, sou terreiro e partido-altoSou enredo, sou canção,
Sou de breque e exaltação,
Sou de roda, sou raiado,
Sou batido e rasgado
Sambista,
Defenda a bandeira desse ritmo verdadeiro
Mantendo a humildade dentro e fora do terreiro
Deixando a vaidade longe de mim
Para que todos vejam que mesmo simples assim
Carrego a emoção e uma verdade natural
Que inspira meu povo e me faz imortal